Análise Portugal 1-0 Irlanda: Estava escrito nas estrelas

Esta é daquelas vitórias que os adeptos gostam mais. Pelos intervenientes, pelo simbolismo de Ruben Neves jogar com o 21 nas costas, o número que era de Diogo Jota na Seleção. Pelo momento. Parecia que estava escrito nas estrelas.

O movimento de Ruben Neves a atacar o cruzamento de Trincão é à Diogo Jota. O cabeceamento, na antecipação ao guarda-redes, após fugir aos centrais, era umas das imagens de marca do malogrado internacional português. Ruben Neves bem o sabe. Viu o seu melhor amigo fazer essa investida, tantas e tantas vezes. Tantos golos marcou assim Diogo Jota.

Mas Portugal nem precisava do alinhamento dos astros para conseguir esta vitória diante da Irlanda.

Era mais do que evidente que a República da Irlanda não viria até Alvalade dividir o jogo com Portugal. Seria suicídio. Foi por isso que se sentou num 5-4-1, com todos a defender atrás da linha da bola, espaços fechados e algumas tentativas e sair em contra-ataque pela velocidade de Ebosele e Ogbene. O resto, seria o que Portugal deixasse.

FOTOS: O Portugal-Irlanda em imagens

Roberto Martinez sabia disso. Que Portugal ia ter a bola na maior parte do tempo. Que tinha de ter paciência para encontrar os espaços. Mas, acima de tudo, era importante gerar esses mesmos espaços. Ora o futebol previsível, lento, sem pequenas diagonais para arrastar marcações, era exatamente aquilo que a Irlanda precisava para completar a sua tarefa de defender o 0-0.

Seria de esperar que Roberto Martinez entrasse, pelo menos, com um extremo desequilibrador. Que não é Pedro Neto. Algo como Rafael Leão para fazer a diferença no um-contra-um. Ou Francisco Trincão. Ou Francisco Conceição. Porque Bernardo Silva, com a toda a sua qualidade, fazia com bola muito do que Bruno Fernandes ou Vitinha estavam a fazer. Faltava algo diferente.

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Isso trouxe Francisco Trincão quando entrou. Com Gonçalo Ramos nos derradeiros cinco minutos, os irlandeses passaram a preocupar-se com mais alguém na área, além de Cristiano Ronaldo. Não contavam era com o aparecimento de um corpo estranho entre eles.

Parecia que Diogo Jota tinha dito a Ruben Neves, ‘Vai que é tua!’. E foi. E foi dele o momento da noite, já depois de Cristiano Ronaldo ter atirado uma bola ao poste no primeiro tempo e falhado uma grande penalidade (algo muito raro) na segunda parte.

Agora é vencer a Hungria na próxima terça-feira, se possível com menos sofrimento, para Portugal marcar presença na fase final do Mundial 2026, que se realiza no verão do próximo ano, no México, EUA e Canadá.

Momento do jogo: ‘Esta é para ti, amigão!’

No primeiro jogo da Seleção em solo nacional, quis o destino que fosse Ruben Neves, o melhor amigo de Diogo Jota, a dar a vitória a Portugal, num movimento típico do malogrado internacional português que morreu em julho em Espanha, vítima de um acidente de viação juntamente com o irmão André Silva.

Ruben Neves apareceu entre poderosos centrais irlandeses, antecipou-se a Kelleher e desviou de cabeça para o fundo das redes, aos 90+1. Um golo típico à Diogo Jota.

A Figura: Caoimhín Kelleher só não travou Ruben Neves

Apesar de ter dominado e controlado o jogo durante 90 minutos, Portugal esteve longe e massacrar a defesa da República da Irlanda. Pelo ar, só Ruben Neves bateu a envergadura da linha de cinco montado pelo islandês Heimir Hallgrímsson, selecionador da Irlanda. O pouco que passou pela defesa, ficou nas mãos de Caoimhín Kelleher. Mostrou segurança nos remates de longe de Vitinha e Ruben Neves, aos 60 e 61 minutos, mas a sua melhor defesa foi na grande penalidade de Cristiano Ronaldo: aguentou o quanto pode e, na queda, deixou as pernas levantadas para defender o remate do português, no meio da baliza.

Outros destaques

Francisco Trincão entrou para dar nova dinâmica ao corredor direito de Portugal, juntamente com Nelson Semedo. O extremo do Sporting mexeu com o jogo, com as suas fintas, cruzamentos e remates. Foi dele o centro para Ruben Neves dar a vitória a Portugal.

O jogo ofensivo de Portugal viveu muito do que Pedro Neto conseguiu criar na direita. Tentou servir os colegas em vários cruzamentos, tentou ele mesmo o golo. No primeiro tempo, foi dos melhores de Portugal.

Reações

Roberto Martínez: “Foi uma vitória muito trabalhada mas merecida”

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