O Ministério de Segurança Nacional da Argentina descartou culpas na violência que ocorreu na madrugada de quinta-feira, durante o Independiente-Universidad de Chile, da Taça Sul-Americana de futebol, que fez 14 feridos graves e quase uma centena de detidos.
Cerca de 10 adeptos chilenos foram cercados e agredidos por um centena de argentinos, munidos com barras de ferro e outros objetos perigosos.
Em comunicado, a ministra Patricia Bullrich, atirou as responsabilidades para o governo regional da província de Buenos Aires e para a federação argentina de futebol.
“O Ministério da Segurança Nacional tomou medidas imediatas e iniciou ações para punir os responsáveis devido à inação das autoridades da província de Buenos Aires. A operação de segurança é sempre jurisdicional e, neste caso, estava sob a responsabilidade da província de Buenos Aires. Houve entrada violenta da claque visitante, destruição, projéteis, deficiências nas revistas e desrespeito à recomendação da Conmebol de instalar redes de contenção”, começou por escrever, revelando que houve ordens para não haver intervenção policial
“A polícia recebeu a ordem de não intervir antes do início do jogo, o que prolongou a violência sem controlo e resultou numa tragédia. A Federação decidiu, sem consulta, levar a cabo uma ação propagandística e eleitoral anunciando o regresso do público visitante ao futebol local, com uma evidente incapacidade de ação e falta de planeamento e das medidas de prevenção necessárias. É um dos episódios mais graves da história do futebol argentino, que expõe a total incompetência da APREVIDE e do Ministério de Segurança de Buenos Aires”, pode-se ler na nota.
Para a Ministra da Segurança Nacional da Argentina, “o que aconteceu ontem no Independiente foi uma tragédia”.
“O governo da província de Buenos Aires deixou a violência tomar conta do estádio porque tem medo de chamar a polícia para restaurar a ordem. Esqueceram-se de cuidar das famílias e dos adeptos de boa índole. Convivem com os ultras e os seus negócios. Vamos recuperar a ordem de uma vez por todas. O inútil do Kicillof tira fotos com Tapia para o retorno das duas claques por puro show eleitoral, mas é evidente que ele não pode garantir a segurança nem cuidar das pessoas”, acusou.
Os incidentes começaram quando alguns adeptos da Universidad do Chile começaram a atirar cadeiras, pedras e até barras de ferro para as bancadas onde estavam apoiantes do Independiente, provocando distúrbios nas bancadas. A Polícia retirou alguns adeptos chilenos do sector, mas por lá ficaram cerca de dez.
Sem a presença policial, uma centena de ‘barra bravas’ [adeptos violentos] do Independiente irromperam pela bancada e agrediram os chilenos com barras de ferro, objetos cortantes, e outros. Um adepto foi atirado para fora da bancada, mas escapou com vida porque acabou por cair num varandim.
A Conmebol suspendeu o jogo, que não deverá ser retomado. Resta saber qual o castigo a aplicar e a quem.