Nélson Oliveira completa 22ª grande volta: “Este Tour foi provavelmente um dos mais duros”

Ao cruzar a linha de meta em Paris no passado domingo, Nélson Oliveira terminou a sua 22ª grande Volta, algo que, segundo o ciclista, é resultado de muito trabalho e consistência.

“É um orgulho, sem dúvida. Afinal, são 22 grandes Voltas completadas e isso para mim quer dizer muito. É sinal de todo o trabalho que tenho vindo a fazer durante todos estes anos. E é sinal de consistência e de não ter tido nenhum azar que pudesse fazer-me abandonar”, afirmou à agência Lusa.

O corredor de 36 anos reconhece que esta não foi a edição do ‘Tour’ que ele e a Movistar esperavam, e onde faltou uma vitória de etapa.

“Acho que o balanço é positivo, já que cheguei mais uma vez a Paris. Infelizmente, gostava de ter dado um bocadinho mais ou ter um resultado melhor neste Tour. Para a equipa, também não correu como desejávamos. Fomos protagonistas, tentámos vencer uma etapa com qualquer um de nós, mas, infelizmente, faltou-nos a vitória. Mas saímos daqui de cabeça erguida, fizemos o que estava ao nosso alcance para demonstrar o nosso valor”, acrescentou.

Pessoalmente, Nélson Oliveira considera que esta terá sido uma das edições mais exigentes da Volta a França, especialmente no que à constituição de fugas diz respeito.

“Este Tour foi, para mim, provavelmente um dos mais duros. Para mim e acho que para todos os ciclistas, porque foi bastante rápido. Neste Tour, era muito difícil estar numa fuga. Muitas das fugas que se deram, tinhas de estar no sítio certo, à hora certa. Tinhas de ter um bocadinho de sorte. Isso, infelizmente, não se deu, não foi por falta de tentativa”, realçou.

A edição deste ano bateu o recorde da média de velocidade (42,849 quilómetros/hora); Nélson Oliveira destaca as várias etapas, outrora tranquilas, que se viveram a alta velocidade e muito stress.

“Estamos todos cansados, foi dos mais duros pela velocidade e pelo stress vivido todos os dias. Digo já que não foi fácil. A última semana fez-se muito longa. Em outros Tour, houve aqueles dias de sprint em que íamos tranquilos até à falta de 30/40 quilómetros e aqui não se passou. Mentalmente, acho que isso acaba por nos consumir um bocadinho”, contou.

Para o corredor da Movistar, o pior momento desta edição deu-se na penúltima etapa, onde as forças já eram poucas; quanto ao melhor momento, foi mesmo terminar a corrida.

“Já não tinha muito para dar e foi uma etapa bastante exigente e foi sofrer do início ao final. Essa é a verdade. O melhor momento, sem dúvida cruzar a meta em Paris”, enumerou.

A prova ficou marcada também pela desistência de João Almeida, ciclista que, segundo o seu compatriota, tinha todas as condições para lutar por um dos lugares cimeiros.

“Dadas as circunstâncias, o João tinha tudo para estar na luta pelo pódio. Se ele estivesse, o Pogacar também ia estar muito mais tranquilo. Taticamente, ia poder jogar muito melhor”, sublinhou.

Terminado o Tour, Nélson Oliveira vira já atenções para a Volta a Espanha, a última grande volta do calendário, não sem antes passar por um período de repouso.

“No plano está ir à Volta a Espanha. Resta-me descansar, ver como o corpo recupera deste Tour. Estou curioso para ver como a recuperação vai ser. Espero que corra tudo bem”

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