John Textor, proprietário do Botafogo, quebrou o silêncio sobre a saída de Renato Paiva do comando técnico do clube brasileiro, poucos dias após a eliminação nos oitavos de final do Mundial de Clubes frente ao Palmeiras.
Em entrevista à Talk Sport, o empresário norte-americano explicou que a decisão teve como base a alegada incoerência do treinador português em relação aos seus próprios princípios de jogo.
“Por que razão demiti Renato Paiva depois de vencer o PSG? Ele quebrou os seus próprios princípios, não seguiu o plano. Ele é um treinador posicional, muito bom a educar os jogadores, mas os adeptos ficaram irritados com a forma como jogámos”, começou por explicar.
Apesar da surpreendente vitória frente ao Paris Saint-Germain (1-0), Textor considera que o Botafogo deveria ter feito mais frente ao Palmeiras: “Deveríamos ter vencido o Atlético de Madrid e o Palmeiras, somos melhores do que o Palmeiras. Ele quebrou os princípios dele.”
O dono da SAD do clube carioca revelou ainda detalhes de uma conversa com Paiva antes do jogo com o Palmeiras: “Perguntei-lhe qual foi o melhor jogo da sua carreira e ele respondeu PSG. Depois, perguntei qual foi o melhor jogo da minha carreira e disse-lhe PSG. Disse-lhe: ‘Palmeiras não é o PSG. É hora de jogar futebol, vão lá e acabem com eles.’ O que aconteceu? Ficámos recuados e vimos o adversário avançar.”
Textor acusou ainda o treinador português de ter-se tornado progressivamente mais defensivo ao longo da competição. “Em dez jogos, Paiva ficou cada vez mais defensivo e, quando se quebram os princípios, tens de sair.”
O empresário rejeitou, no entanto, qualquer interferência direta nas decisões técnicas, respondendo a críticas feitas por Paiva nesse sentido: “Eu contrato treinadores pela visão de jogo deles. Quando pergunto qual é o plano de jogo, quero que se antecipem ao adversário. Eu leio e respondo: ‘ótimo, bom jogo’. Não opino.”
Davide Ancelotti, filho de Carlo Ancelotti, foi o escolhido para suceder ao técnico português. A decisão foi também influenciada, segundo Textor, pela forte pressão dos adeptos do Botafogo: “São brutais. A eliminação criou um clima difícil.”
