Red Bull a cair aos pedaços: Horner, Newey, Wheatley, Marshall, Courtenay saíram. Verstappen será o próximo?

Que Red Bull teremos para o que resta da época de Fórmula 1? E para 2026? A equipa de maior sucesso nos últimos quatro anos na Fórmula 1 está a cair aos pedaços, com a saída de figuras importantes. Depois de Newey, Wheatley, Marshall, Courtenay, agora foi a vez de Chistian Horner, CEO e chefe de equipa, despedido na quarta-feira, com efeitos imediatos, após 20 anos a liderar a equipa.

De acordo com a imprensa alemã, a decisão partiu de Mark Mateschitz, um dos principais acionistas da Red Bull, a mesma pessoa que tentou despedir o britânico em 2024, mas foi impedido por Chalerm Yoovidhya, o chefe tailandês do grupo.

Para o seu lugar de CEO entra Laurent Mekies, que até agora desempenhava o papel de chefe de equipa da Racing Bulls. Esta mudança levará Alan Permane, também da Racing Bulls, para a Red Bull, para ocupar o cargo de chefe de equipa, posição que desempenhava na equipa satélite da gigante austríaca.

Nos 20 anos de liderança de Horner, a Red Bull conquistou oito títulos mundiais de pilotos e seis de construtores. O britânico de 51 anos chegou à equipa no início de 2005, quando a multinacional das bebidas energéticas adquiriu a estrutura da Jaguar.

Horner, Newey, Wheatley,… os melhores saíram todos

A saída de Horner apanhou todos de surpresa, pelo timing da decisão, embora se esperasse que ‘rolasse cabeças’ após época longe do esperado. Ninguém esperaria que fosse o fundador da equipa (Horner foi o primeiro e único chefe de equipa da Red Bull, desde 2005, quando foi chamado para pegar no projeto de Fórmula 1 da gigante austríaca), a cair… já.

Com Horner saem também nomes importantes da Red Bull. Paul Smith, até agora diretor de comunicação da Red Bull, e Oliver Hughes, que era o diretor comercial e de marketing, também foram despedidos, de acordo com imprensa britânica. Os dois eram colaboradores próximos de Horner.

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Apesar de Christian Horner ser a saída mais mediática da escuderia baseada em Milton Keynes, outras figuras importantes no sucesso da equipa nos últimos 20 anos já tinham ‘batido com a porta’.

O engenheiro Adrian Newey, um dos mais conceituados do ‘paddock’, conhecido como o génio da aerodinâmica e que estava na equipa desde o final de 2005, saiu no final de 2024 ingressar na Aston Martin.

Depois de Newey, Jonathan Wheatley, que era diretor desportivo da Red Bull, mudou-se para a Sauber para ser o o ‘braço direito’ de Mattia Binotto. Rob Marshall, que desempenhava as funções de diretor de engenharia, foi para a McLaren este ano. Os dois estavam na Red Bull há 17 anos.

A McLaren também vai receber Will Courtenay, atual chefe de estratégia da Red Bull, embora isso não seja novidade. O britânico já tinha anunciado que sairia para ser o novo diretor desportivo dos atuais campeões mundiais de construtores, embora não tivesse revelado quando se iria dar a saída. Com o despedimento de Horner, é provável que também seja afastado nos próximos dias.

Verstappen contra o mundo

Mas os problemas da Red Bull esta temporada não se resumem apenas às mudanças técnicas e diretivas. Com a saída de Checo Pérez no final da época passada, a equipa sediada em Milton Keynes apostou em Liam Lawson para fazer dupla com Max Verstappen, quando tudo indicava que seria o japonês Yuki Tsunoda a ser promovido da equipa secundária para a principal.

Mas logo nos primeiros grandes prémios ficou claro o distanciamento entre os dois pilotos, com Max Verstappen a tirar tudo do RB21 e a ‘salvar a honra do convento’ e o jovem neozelandês com muitas dificuldades em todas as sessões.

Bastaram duas corridas para a equipa reenviar Lawson para a Racing Bulls, a equipa satélite, promovendo Tsunoda.

No entanto, o japonês também vai vivendo a maldição do segundo carro da Red Bull, com resultados dececionantes e muitas queixas. Os três que partilharam a equipa com Verstappen – Pérez, Lawson e Tsunoda – dizem que o carro é muito difícil de guiar e que o mesmo está construído para as caraterísticas de pilotagem de do tetracampeão do Mundo.

Desde 2016, Verstappen já teve seis colegas de equipa na Red Bull: Daniel Ricciardo, Pierre Gasly, Alex Albon, Checo Pérez, Liam Lawson e Tsunoda. E todos se queixam do mesmo: a dificuldade em guiar o carro.

Só Max não chega

Todas estas mudanças surgem num momento delicado da formação austríaca na Fórmula 1, apesar dos enormes esforços de Max Verstappen em minimizar os estragos em cada domingo.

A Red Bull perdeu a supremacia que tinha para a McLaren, equipa que domina esta época da Fórmula 1 e que tinha dominado parte da última que lhe valeu o título de campeão de construtores, apesar de Verstappen ter ganho o de pilotos.

“O carro era mau. Não tinha aderência, não tinha ritmo. Não vamos a lado nenhum assim”, disse Max, após o GP da Inglaterra

Apenas duas vitórias nas 12 provas já disputadas, ambas com Verstappen, é o melhor que  equipa tem a apresentar, com  Max, tetracampeão Mundial, está a 69 pontos de Oscar Piatri, (McLaren), líder do Mundial de Pilotos e a Red Bull no 4.º lugar no Mundial de Construtores, atrás de McLaren, Ferrari e Mercedes.

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A saída de Horner era mais do que esperava e há muito pedida no ‘paddock’. Há cerca de ano e meio, o britânico foi acusado de assédio sexual por uma funcionária da Red Bull. O escândalo levou  a uma investigação interna, mas Horner foi ilibado.

A relação de Horner com Jos Verstappen, pai de Max Verstappen e gestor da carreira do neerlandês também não era a melhor. O antigo piloto pediu o afastamento de Horner aquando do escândalo das acusações de assédio sexual, mas a equipa preferiu manter o seu chefe de equipa. Na altura, Jos disse que a Red Bull estava a deteriorar-se por dentro, sem fazer referência a Horner. Nem era preciso faze-lo.

Possível saída de Verstappen para a Mercedes seria a ‘machadada’ final

Para complicar ainda tudo, a Mercedes parece estar a fazer tudo para ‘roubar’ a ‘galinha dos ovos de ouro’ da Red Bull. No paddock circulam informações de que o tetracampeão Mundial vai mudar-se para a escuderia alemã.

O próprio George Russell, piloto da Mercedes, disse no final de junho que Toto Wolf estaria em conversações com Verstappen sobre uma possível contratação do atual campeão do Mundo para 2026. Nem Max nem Toto confirmaram ou negaram estas informações.

A perda de performance da Red Bull nos últimos dois anos dá a Max a possibilidade de poder sair. Com contrato até 2028 com os ‘touros’, existe no seu contrato cláusulas que lhe permite sair se não tiver ferramentas para lugar por vitórias.

São demasiadas mudanças para a Red Bull, num momento importante. É que em 2026, entrará em vigor novos regulamentos técnicos e novos motores e formação austríaca não terá dois os principais pilares do seu sucesso para a transição: Christian Horner e Adrian Adrian Newey.

A Red Bull encerra, no final desta época, a parceria com a Honda, fornecedora de motores com a qual conquistou quatro títulos mundiais de pilotos e construtores, e vai para a nova era com um motor desenvolvido internamente, com o apoio da Ford.

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