A Eagle Football Holdings, grupo liderado por John Textor, está em processo de reestruturação estratégica. Após semanas de incerteza, o empresário norte-americano avançou para a venda da sua participação de 43% no Crystal Palace, por forma a cumprir as regras da UEFA sobre a multipropriedade de clubes.
A decisão surgiu depois de o Lyon, também controlado por Textor, garantir vaga nas competições europeias, o que impossibilitaria a participação simultânea dos dois emblemas, segundo o regulamento do organismo europeu.
O Crystal Palace prepara-se assim para ser vendido a Woody Johnson, proprietário dos New York Jets da NFL, numa operação que poderá render mais de 200 milhões de euros e garantir maior liquidez à Eagle Football Holdings.
Este movimento ocorre num contexto difícil para o império de Textor. No final de junho, o Lyon foi despromovido administrativamente à Ligue 2 por incumprimentos financeiros, decisão tomada pela Direção Nacional de Controlo de Gestão (DNCG). Poucos dias depois, Textor deixou a presidência do clube francês, cedendo lugar a Michelle Kang, figura de destaque no futebol feminino.
Apesar das turbulências, o empresário mantém a ambição no futebol e, em comunicado, afirmou querer “liberdade total” para se dedicar ao desporto-rei, incluindo a aquisição de “um novo clube em Inglaterra”.
O The Guardian avança que o investimento poderá estar iminente e recair sobre o Watford ou o Sheffield Wednesday, ambos a competir no Championship.
No caso do Watford, afastado da Premier League desde 2022, trata-se de um desejo antigo de Textor, que já manteve conversas com o atual dono, Gino Pozzo. Já o cenário no Sheffield Wednesday é mais complexo: o clube enfrenta sanções que o impedem de contratar até 2027, devido a salários em atraso, e a venda está avaliada em mais de 170 milhões de euros.
Apesar dos desafios, o projeto de John Textor continua ativo e ambicioso, agora com novos contornos e objetivos ajustados à realidade da regulamentação europeia e às exigências do mercado.