Benfica pede suspensão imediata do processo de centralização dos direitos televisivos

O Benfica solicitou à Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) a suspensão imediata do processo de centralização dos direitos audiovisuais, numa carta enviada na terça-feira e assinada pelo presidente Rui Costa.

No documento, endereçado ao presidente da Liga, Reinaldo Teixeira, os encarnados manifestam preocupações quanto ao atraso no processo, alertando que este está “em risco de falhar os objetivos” e já se encontra “desatualizado face ao contexto internacional”.

O clube da Luz recorda que a centralização foi idealizada com a “ambição clara e legítima de reforçar a competitividade, garantir a valorização global do futebol português e promover uma maior equidade entre os clubes”, mas lamenta que, mais de quatro anos depois, “os pressupostos que deveriam fundamentar essa transição permanecem por cumprir”.

Rui Costa afirma que o Benfica “será sempre solidário com a missão coletiva”, mas defende também o direito de ser “realista relativamente ao seu valor no mercado e ao potencial do projeto nos atuais moldes”.

O clube coloca em causa a viabilidade da meta de atingir os 300 milhões de euros por época em receitas de direitos televisivos, considerando que tal “carece de fundamentação credível” e que, no cenário atual, o valor poderá não chegar sequer aos 150-200 milhões — o que, segundo os encarnados, “representaria uma perda de receita irreparável” para todos os clubes.

A carta concretiza ainda medidas já sinalizadas pelo clube após a final da Taça de Portugal, perdida frente ao Sporting (3-1), com especial foco na arbitragem de Luís Godinho. Entre elas estão a suspensão do lugar na gerência da empresa Liga Centralização, o pedido de audiências urgentes com o Governo e os grupos parlamentares, bem como a solicitação para que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a LPFP e a Procuradoria-Geral da República investiguem o exercício de funções de ex-árbitros em estruturas dirigentes.

O Benfica exige ainda que a Liga apresente modelos de distribuição baseados em mérito desportivo, valor mediático e audiências, propondo também um plano de combate à pirataria, uma revisão fiscal e alterações no regime de seguros desportivos.

Recorde-se que o modelo de centralização foi promulgado a 19 de março de 2021 pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, após memorando assinado entre FPF e LPFP. A sua implementação está prevista até à época 2027/28.

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