Portugal despede-se de Diogo Jota e André Silva com comoção e homenagem unânime

O velório de Diogo Jota e do irmão André Silva, que perderam a vida na madrugada de quinta-feira num trágico acidente de viação em Espanha, ficou marcado por uma onda de comoção, homenagem e silêncio respeitoso.

A Capela da Ressurreição, em Gondomar, foi o palco de uma despedida sentida, que juntou centenas de anónimos, figuras do futebol e representantes institucionais.

As portas da capela abriram-se ao público pouco depois das 16h00, depois de algum tempo reservado apenas a familiares e amigos próximos. Uma longa fila formou-se à entrada, com centenas de pessoas a querer prestar uma última homenagem ao avançado internacional do Liverpool e ao irmão, jogador do Penafiel. O ambiente era de dor contida, partilhada em abraços, lágrimas e flores.

A delegação do Liverpool, clube que Jota representava há cinco épocas, esteve presente, demonstrando o impacto que o jogador deixou em Inglaterra. Também marcaram presença o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Gondomar, pelo presidente da Associação de Futebol do Porto e pelo vereador do Desporto local.

Entre os dirigentes do futebol, André Villas-Boas, presidente do FC Porto, destacou a ligação de ambos os irmãos ao clube: “Fizemos intenção de deixar aqui os dois cartões de sócio. O Diogo não era sócio e tornou-se hoje. No caso do André, recuperámos as cotas e trouxemos o cartão para homenagear a família. É um momento terrível para todos.” Villas-Boas sublinhou ainda a importância de recordar a passagem de ambos pelo futebol portista, desde as camadas jovens ao profissionalismo, e lamentou: “É trágico e merece um momento de reflexão. É uma dor insuportável.”

Pedro Proença, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, também prestou declarações: “É um momento muito triste para o futebol português, mas a força do Diogo e da sua família junta toda a comunidade futebolística. Era uma figura muito acima da portucalidade. O futebol está verdadeiramente de luto, o Diogo era um ícone. Temos de saber respeitar a dor da família.”

O ambiente no exterior era marcado por uma parafernália mediática, com quase tantos jornalistas como populares, mas também por um profundo respeito. Entre os presentes estiveram antigos colegas e treinadores, como João Moutinho, Ricardo Horta, Domingos Paciência, Jorge Costa, Vasco Seabra, Diogo Dalot, André Silva, Adrien e o próprio Jorge Mendes, empresário de Jota.

A população de Gondomar respondeu com presença massiva. “Não o conhecia pessoalmente, mas era como se fosse da nossa família. Era um dos nossos”, dizia Maria Clara, reformada. Tiago Ferreira, jovem adepto do Liverpool, explicou: “Ver o Jota a jogar era um orgulho para todos nós. Ainda não acredito.”

O funeral realiza-se este sábado, às 10h00, com missa presidida pelo Bispo do Porto. A dor da perda junta-se à gratidão de um país que viu em Diogo Jota e André Silva dois exemplos de talento, humildade e dedicação.

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