Angel Di María concedeu uma entrevista ao canal oficial do Benfica, onde fez um balanço do seu trajeto no clube encarnado.
O internacional argentino fez o seu último encontro ao serviço das águias no passado sábado contra o Chelsea para o Mundial de Clubes e, na hora de despedida, deixou muitas palavras de apreço e agradecimento ao clube e adeptos benfiquistas, lamentando apenas não lhes poder ter dado mais títulos.
Final da carreira: “Disse muitas vezes quando vim para o Benfica que queria voltar a vestir esta camisola; para mim é como a minha casa, foi o meu primeiro clube na Europa, cheguei aqui com 18 anos, com o meu pai, a minha mãe e as minhas irmãs e desde o primeiro dia senti o carinho e o amor das pessoas. Passei três anos maravilhosos e quando tive de ir foi duro, custou muito. Tinha a esperança de voltar a vestir esta camisola. E vou com a alegria de ter voltado, de ter cumprido a minha palavra de regressar novamente ao Benfica. Também disse que tinha muita vontade de terminar no Rosário Central, o meu clube, na minha casa, onde me formei, de onde saí. É um final mais do que sonhado”.
Será só mais um ano?: “Não sei, tenho um ano de contrato, vou ver como me sinto, mas acho que tenho condições de continuar a um bom nível. Acho que o mostrei no Mundial de Clubes… tenho a esperança de fazer mais alguns anos, mas dependerá de como me sentir”.
A final da Taça de Portugal: “Tinha a esperança de ganhar o 39, de poder conquistar também a Taça, tínhamos ganho a Taça da Liga e isso tinha-me deixado muito feliz, queria os três títulos, mas enfim…. Foi difícil para mim, foi um conjunto de coisas, saber que era o meu último jogo em Portugal, em Lisboa, onde fui muito feliz. Não consegui dar essa alegria aos benfiquistas e isso doeu-me muito. Mas penso que vou tranquilo porque ganhei tudo o que se podia em Portugal nos cinco anos que cá estive, pude voltar e mostrar que cumpri com a minha palavra de vestir outra vez esta camisola”.
Lágrimas após o jogo: “Era o último jogo, não pude dar essa alegria aos adeptos, o estádio estava cheio, havia muitos benfiquistas a puxar do primeiro ao último minutos. Saio tranquilo mas um pouco magoado por não ter conseguido dar-lhes mais essa alegria”.
Festejo com os adeptos após golo ao FC Porto: “Pelo carinho que me deram durante cinco anos, fui, voltei, quis voltar a vestir esta camisola, podia ter ido para qualquer parte do mundo mas decidir voltar ao Benfica. Doeu-me muito também não poder ter jogado mais no Estádio da Luz, por lesões, mas o que queria era mostrar o meu amor a todos os benfiquistas e acho que consegui”.
A apresentação em 2023: “Nunca pensei que podia acontecer, foi um momento importante, um jogador estrangeiro que volta depois de uns 15 anos e ser recebido desta maneira… O carinho que me deram tentei devolver dentro de campo e esse dia vai ficar na minha história. Aconteceu-me muitas poucas vezes, pode acontecer no Rosário Central, vai ficar na minha memória.
Mensagem aos adeptos: “Só tenho palavras de agradecimento aos benfiquistas. Cheguei com 18 anos, sem ganhar nada, com a minha família, as pessoas adotaram-me como um menino da casa, foi incrível. Por isso essa vontade de querer voltar a vestir a camisola do Benfica, estou-lhes eternamente agradecido. Espero algum dia voltar de outra forma e continue a ter este carinho.
Adeptos do Benfica: “Onde vamos, seja Champions, Mundial de Clubes, Taça, campeonato, jogamos sempre em casa. Até quando estou de férias em qualquer lado do mundo aparecem benfiquistas…”
Balanço do regresso: “Vale sempre a pena voltarmos onde nos sentimos em casa. Como disse tenho pena de não ter podido dar mais títulos aos benfiquistas, que nos apoiam sempre, viajam para todo o lado, é o que me entristece”.
Dois golos ao FC Porto: “Nessa fase, de um mês, mês e meio, dois meses, estava num alto nível, sentia-me, com alta confiança, as coisas saíam-me naturalmente. É dificil fazer dois golos num clássico, foi um jogo incrível em todos os sentidos. Vai ficar na história do clube, para mim e para todos os benfiquistas”.
Quem era quando chegou em 2007/2008?: “É difícil sair do nosso país, o dia em que decidi ir para o Benfica” disse à minha família ‘ou vamos todos ou não vou’. Aceitaram vir, tomar essa responsabilidade de depender de mim e isso foi um dos momentos mais bonitos da minha carreira. Cheguei, assinei com este clube e a minha vida mudou para sempre”.
Golo com Maradona nas bancadas: “Incrível. Aqui passei momentos históricos e bonitos. Que o Diego tenha vindo ver-me… Foi um momento único, tinha vontade de jogar, vinha aí o Mundial de 2010, a minha presença dependia um pouco desse jogo. Marquei um bonito golo, ele saiu contente e tive a possibilidade de ir ao meu primeiro Mundial”.
Onde jogou o melhor Di María?: “O meu terceiro ano aqui foi um grande ano, o quarto ano no Real Madrid também foi espectacular, em que ganhámos a Champions, inesquecível porque estava a jogar numa posição em que não estava habituado, no meio. Mas depois os meus melhores anos foram no PSG, esses 7 anos foram inesquecíveis, com títulos em quase todos os anos, dando o meu melhor em todos os jogos, fazendo recordes históricos de assistêncas, golos… Foram dos melhores”.