A FIFA apostou tudo na promoção do Mundial de Clubes com mais de 50 milhões de euros gastos em estratégias de marketing. Contudo, para além de grandes estádios e algumas das melhores equipas do mundo, esta competição está repleta de lugares vazios.
Até agora, nenhuma das partidas teve direito a um ‘sold out’ e já lá vão alguns jogos para a conta.
O balanço é de 56,8% de estádios cheios, segundo a BBC, com mais de meio milhão de espectadores. Isto significa que mais de 400 mil lugares (423.004) ficaram vazios durante a primeira jornada da fase de grupos.
Em números mais concretos, o público total durante a primeira rodada de jogos foi de 556.369 e os nove estádios utilizados nessas 16 partidas reúnem uma capacidade de 979.373.
Nos primeiros 16 jogos, oito deles tiveram uma audiência inferior a 50% da capacidade do recinto.
As piores e melhores assistências na 1.ª jornada
O duelo que moveu menos pessoas pessoas teve, naturalmente, equipas menos reconhecidas. O Ulsan HD-Mamelodi Sundowns contou com 3,412 espectadores (13,6% de capacidade ocupada).
Ainda assim, até a estreia do Chelsea no torneio foi ‘morna’ com apenas 31% da capacidade ocupada do Mercedes-Benz Stadium e um total de 22,137 adeptos. Enzo Maresca, treinador dos blues, não se inibiu de comentar a situação e disse que “o ambiente foi um pouco estranho, com o estádio quase vazio”.
Porém, a FIFA mantém-se otimista e vai mantendo a mesma estratégia de propaganda. No entanto, nem tudo é mau e há jogos que contaram com bancadas bem compostas.
O PSG-Atlético de Madrid foi o encontro que teve mais adeptos nas bancadas com 80.619 pessoas (90%) no Estádio Rose Bowl, na Califórnia. O Real Madrid-Al Hilal teve lugar no Hard Rock Stadium e foi o duelo que mais encheu um recinto, com 96% da capacidade ocupada e um total de 62,415 pessoas.
Outra das tendências que tem sido verificada é a de que os jogos em Miami têm um ambiente muito mais fervoroso e maior do que as restantes cidades. Isto porque há uma elevada população hispânica e latina que tem feito questão de animar as bancadas, tal como aconteceu no Boca Juniors-Benfica (mais de 55.000 pessoas no Hard Rock Stadium).
O Palmeiras-FC Porto foi um dos jogos que teve boa adesão do público, em parte devido aos adeptos da equipa brasileira. (46,275 adeptos no MetLife Stadium).
FIFA com ‘mais olhos do que barriga’?
A FIFA, liderada pelo sempre ambicioso Infantino, estava à espera de que este renovado Mundial de Clubes fosse capaz de encher os maiores estádios usados pela NFL. No entanto, o líder teve ‘mais olhos do que barriga’ e o ambiente tem ficado aquém da promoção do organismo, algo que se verificou ainda antes do apito para o jogo de abertura.
Se no verão, quando se realizou o torneio, o bilhete mais barato rondava os 300€, bem ao jeito da megalomania da FIFA. Contudo, antes do arranque da primeira partida, os ingressos entraram em liquidação total e os valores eram de 30€.
O ambiente pouco atrativo e a indiferença de alguns tem sido relatados, quer por adeptos, quer por jornalistas.
Resta saber se o entusiasmo vai aumentar com o decorrer do Mundial de Clubes ou se a falta de público vai ser uma constante. Ainda assim, a FIFA tanto prometeu, mas a adesão nos Estados Unidos, no país onde futebol é ‘soccer’, não tem correspondido. Se se considerou que esta competição seria uma antevisão do que vai o Campeonato do Mundo, então é bom que o ambiente seja bem mais caloroso e entusiástico.