Uma medalha de bronze que “sabe bem”, apesar de o grande objetivo tenha sido ser campeã mundial, foi assim que a judoca Patrícia Sampaio definiu o que sentia depois de conquistar esta quarta-feira a sua primeira medalha em Mundiais.
“Sabe-me a pouco [risos]. Não, sabe-me bem. Vim com o objetivo de ser campeã do mundo, obviamente, como já tinha dito antes. E trabalhei muito para isso, mas foi um dia duro e ter a capacidade de ultrapassar todos os desafios que me foram impostos ao longo do dia deixa-me muito contente, deixa-me muito orgulhosa de mim, do trabalho que temos feito ao longo deste tempo todo. Não é um título, mas não deixa de ser uma medalha no Campeonato do Mundo”, disse no final a judoca.
Patrícia Sampaio conquistou a medalha de bronze nos Mundiais de Budapeste, depois de um último ano em que conseguiu vários títulos, desde a medalha de bronze nos Jogos de Paris’2024, ao ouro no Grand Slam de Paris e ao título europeu, entre outros.
“Espero ainda estar longe de descobrir qual é que é o limite. A cada ano, descubro que consigo fazer algo mais, conseguimos fazer algo mais todos juntos, por isso não costumo falar em limites, nunca ponderei sobre isso. Acho que não há limite. Por muito que se alcança, é sempre mais a alcançar”, acrescentou.
Na competição em Budapeste, Patrícia Sampaio teve uma prova mais ‘contida’, com três vitórias por yuko e uma por desclassificação da adversária [na luta pelo bronze].
“Foi mais gerir, houve maior ansiedade nesta prova? Cada prova é uma prova, vimos sempre em circunstâncias diferentes e todas as competições são diferentes. Preparei-me assim como as minhas adversárias se prepararam. Isto não pode ser… ou pode, mas é difícil ser top ‘ippons’ em todas as competições. Às vezes vai com a beleza, outras vezes vai na raça”, considerou.
A judoca, que perdeu recentemente a avó e a quem queria dedicar o ouro mundial, mas diz que continuará a tentar e a oferecer a medalha a todos a que a têm apoiado e ajudado.
“Foi uma promessa que eu tinha feito à minha avó, mas vou ter mais Mundiais e vou continuar a lutar para ser campeã do Mundo. E obviamente esta medalha é dedicada a ela, mas é dedicada a toda a gente que contribui para eu alcançar este sucesso. Ali dentro do tapete sou só eu, mas há uma rede de apoio muito grande à minha volta. Uma dessas pessoas está aqui, que é o meu segundo pai [Marco Morais], e a minha família, que está em Portugal e não só, têm sido fundamentais neste período”, disse a judoca, também emocionada.
Patrícia Sampaio despede-se de Budapeste com o melhor resultado português na competição e eleva para 15 as medalhas portuguesas em Mundiais seniores (dois ouros, cinco pratas e oito bronzes), desde a primeira medalha em 1995, por Filipa Cavalleri.
Além de Sampaio, Portugal contou na capital húngara com Catarina Costa (-48 kg) e Miguel Gago (-66 kg), eliminados no primeiro combate, Jorge Fonseca (-100 kg), eliminado ao segundo, João Fernando (-81 kg), nono, e Otari Kvantidze (-73 kg), sétimo.