O italiano Marco Bezzechi (Aprilia) venceu hoje o Grande Prémio de Inglaterra de MotoGP, sétima ronda da temporada, com Miguel Oliveira (Yamaha) a terminar fora dos lugares pontuáveis, na 16.ª posição.
O piloto luso natural de Almada cruzou a meta 31,641 segundos depois do vencedor, que deixou na segunda posição o francês Johann Zarco (Honda) a 4,088 segundos, com o espanhol Marc Márquez (Ducati) a ser terceiro, a 5,929.
Bezzechi, que se tornou no 11.º piloto diferente a vencer a corrida britânica nos últimos 11 anos, herdou o comando depois de o francês Fábio Quartararo (Yamaha) ter tido problemas com o mecanismo que regula a altura da mota aquando do procedimento de partida e foi forçado a desistir quando comandava confortavelmente, com cerca de cinco segundos de vantagem.
Quartararo, que não vence desde o GP da Alemanha de 2022, arrancou da ‘pole position’ para uma corrida que se tornou atribulada. O espanhol Alex Márquez (Ducati) roubou o primeiro lugar ao francês mas caiu logo na primeira curva.
Seguiu-se o convidado Aleix Espargaró (Honda) e o italo-brasileiro Franco Morbidelli (Ducati), que se tocaram na segunda volta.
A mota de Morbidelli verteu óleo para a pista e isso levou a direção de corrida a optar por bandeiras vermelhas, na mesma altura em que o espanhol Marc Márquez (Ducati) caía quando liderava.
Os regulamentos permitiam que todos os pilotos alinhassem na grelha para o recomeço, pois ainda não estavam cumpridas as três primeiras voltas quando se deu a interrupção.
Miguel Oliveira, que já tinha recuperado dois lugares depois de largar em 15.º, voltou à posição original na grelha.
No reatamento, desta vez foi o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) a arrancar melhor mas Quartararo respondeu ainda na primeira volta e assumiu o comando de forma confortável.
O gaulês, campeão do mundo em 2021, tem mostrado que as concessões dadas à Yamaha estão a surtir efeito. Mas ainda não foram suficientes porque o dispositivo que permite baixar a mota para o momento do arranque falhou à 12.ª das 19 voltas e levou-o ao abandono.
Marco Bezzechi, que em 2023 caíra neste mesmo circuito quando era segundo classificado, herdava assim o comando, depois de ter largado da 10.ª posição da grelha.
O italiano não se deixou afetar e cortou a meta no primeiro lugar, vencendo pela primeira vez desde o Grande Prémio da Índia de 2023. Foi a quarta vitória da carreira do piloto que este ano chegou à Aprilia, e que já tinha vencido também na Argentina e em França em 2023.
“É incrível. Foram tempos difíceis no último mês. A Aprilia confiou em mim, trabalhámos duro mas nunca desistimos”, frisou o transalpino. Antes dele, tinham aqui vencido Jorge Lorenzo (2013), Marc Marquez (2014), Valentino Rossi (2015), Maverick Viñales (2016), Andrea Dovizioso (2017), Alex Rins (2019), Fabio Quartararo (2021), Francesco Bagnaia (2022), Aleix Espargaró (2023) e Enea Bastianini (2024).
Esta vitória serviu para um recado: “Esta mensagem é para o Jorge. A nossa mota pode vencer”, dizia o responsável da Aprilia Massimo Rivola, dirigindo-se ao espanhol Jorge Martín, que pensa em deixar a equipa italiana pelos fracos resultados. Martín, campeão em título, está afastado desde o GP do Qatar devido a lesão.
Também o francês Johann Zarco, que vencera a prova anterior, em casa, ainda sonhou.
“Ainda pensei na vitória quando vi os problemas técnicos do Fábio. Mas, no final, tive de controlar o avanço do Marc Marquez e ainda bem que o consegui”, frisou o piloto da LCR Honda, que garantiu dois pódios consecutivos para a equipa nipónica pela primeira vez desde que Marc Márquez o fizera em 2021.
O espanhol foi terceiro e garantiu o 73.º pódio consecutivo para a Ducati, que está agora a 10 do recorde estabelecido pela Honda na década de 1990.
“Cometi um erro e tenho de me penalizar por isso. Mas salvámos o dia”, frisou o espanhol, que a meio da corrida falhou uma travagem e desceu ao nono lugar.
Ainda recuperou para terceiro, apesar de uma luta intensa com Morbidelli, que durou até ao risco de meta, com Márquez em vantagem por 0,017 segundos.
Com estes resultados, ficou ainda mais líder do campeonato, com 196 pontos, mais 24 do que o irmão Alex, que é segundo. Bagnaia, que hoje desistiu devido a queda, é terceiro, a 72 do companheiro de equipa.
Miguel Oliveira, que hoje não pontuou [pontuam os 15 primeiros] é 23.º, com dois pontos.
Segue-se o Grande Prémio de Aragão, em Espanha, de 06 a 08 de junho, na oitava das 22 etapas do Mundial de motociclismo de velocidade.