Destaques Gil Vicente-FC Porto: Pepê mostra-se na noite do frio e intratável Froholdt

Froholdt brilhou na vitória do FC Porto diante do Gil Vicente por 2-0, no jogo que fechou, na 2.ª feira, a 2.ª jornada da I Liga. O médio dinamarquês marcou e esteve intratável na pressão dos azuis e brancos.

A liderança azul e branca na prova, juntamente com Sporting, SC Braga, Famalicão e Moreirense, também teve o ‘dedo’ de Pepê, autor do 2-0 e um dos melhores em campo no Estádio Cidade de Barcelos.

FOTOS: As melhores imagens do Gil Vicente-FC Porto

Foi menos deslumbrante em relação a semana passada, mas a vitória portista voltou a assentar-se na superioridade durante os 90 minutos.

Contrariamente ao jogo inaugural da I Liga diante do Vitória SC no Dragão (3-0), os defesas mostraram mais paciência na construção. Não se viu Nehuén Pérez a tentar passes longos como na passada 2.ª feira e, com isso, viu-se um FC Porto mais controlador.

A construir desde atrás, o FC Porto de Farioli não tem pressa. A bola vai passando entre os centrais, que tentam encontrar os três médios por dentro. Os extremos bem abertos esticam o campo e obrigam a equipa contrária a alargar, com medo de levar bolas nas costas dos laterais.

A construção, que parece lenta, devagar mesmo, tem como objetivo atrair a primeira linha de pressão adversária. Quando o espaço surge, a bola entra nos médios ou nos avançados e é aí que entra a velocidade de Froholdt, na condução, de Gabri Veiga, a descobrir uma linha de passe mais adiante. Tudo rápido, tudo a alta velocidade.

VÍDEO: Veja ou reveja o resumo do Gil Vicente-FC Porto

Samu cresce a olhos vistos, na forma como recebe e associa-se com os colegas, quase a servir de pivô, algo que ainda não se tinha visto no espanhol.

Sem bola, pressão em todo o campo. E mal o Gil Vicente conseguia bater uma linha de pressão, a jogada era logo parada. As 20 faltas dos azuis e brancos (contra nove do Gil Vicente) é o reflexo de uma equipa intensa, pressionante, disponível para matar o jogo adversário à nascença.

Tal como nas duas épocas anteriores para a I Liga (vitória gilista por 3-1 e empate 1-1), não se esperavam facilidades para os Dragões em Barcelos. A equipa de César Peixoto deu muito trabalho aos azuis e brancos, num jogo que disputou taco-a-taco (14 remates contra 15 dos azuis e brancos, dois remates enquadrados contra quatro dos portistas). Só faltou o golo aos gilistas.

César Peixoto até foi arrojado, ao jogar quase toda a segunda parte em 4-4-2, com dois avançados em cunha, e dois extremos. Defensivamente, a equipa não passou por tantos calafrios.

Com muita juventude no banco, os Galos têm muito por onde crescer.

A Figura: Froholdt

Tinha estado uns furos abaixo diante do Vitória Sport Clube, na ronda inaugural, mas em Barcelos, os adeptos do FC Porto puderam ver o Froholdt que deu nas vistas na pre-época diante do Twente e Atlético Madrid. O jovem dinamarquês de 19 anos andou a ‘roubar’ bolas por tudo o que era campo (seis recuperações), parou os ataques gilistas com falta quando tinha de ser e ainda foi lá a frente abrir o marcador, aos 20 minutos, de cabeça, após canto.

Outros destaques: Patrão Bednarek e renascido Pepê

Pepê garante que é outro jogador, que quer corrigir os erros do passado. Depois de ter estado na porta de saída, o extremo brasileiro parece determinado em provar (finalmente) o seu valor de azul e branco. Mostrou eficácia (coisa rara nele) e leitura de jogo no 2-0 que ‘matou’ o jogo logo aos 47 minutos, dinamizou o lado direito do ataque portista, embora defensivamente não tenha ajudado Alberto Costa como devia em todas as situações.

Bednarek era o ‘patrão’ que o FC Porto precisava na defesa. A sua capacidade de liderança ajuda-o a organizar a equipa, a acalmar quem está mais enérgico em momentos cruciais. Pelo ar, é instransponível, e pelo chão, quase nada passa por ele. A juntar a capacidade defensiva, ainda mostra ter bons pés, pela forma como encontrou os médios entrelinhas na zona intermédia, com passes certeiros.

Muitos adeptos portistas ficaram entusiasmados com a troca entre João Mário e Alberto Costa, mas o jovem lateral, ex-Juventus, não está a mostrar essa vantagem, por enquanto. Num FC Porto que privilegia a paciência na hora de sair a partir da defesa, pede-se que os homens mais recuados sejam simples e não inventem. Alberto Costa tem tendência a puxar a bola para o pé esquerdo e sair pelo meio em condução, conduzindo às vezes em demasia. Teve uma perda de bola infantil que só não terminou em golo porque Luís Esteves rematou contra Nehuen Pérez. Tem de jogar simples, não inventar, e subir o nível.

Reações:

Farioli destaca “exibição sólida” em Barcelos, mas alerta: “Há coisas a melhorar para sermos mais consistentes”

Pepê destaca um FC Porto “ligado do início ao fim”, Froholdt “muito feliz por fazer parte” da equipa

César Peixoto: “É esta atitude que queremos daqui para a frente”

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