Vítor Pereira concedeu uma entrevista à agência Lusa onde, entre outros temas, abordou a situação atual da Primeira Liga portuguesa.
O técnico do Wolverhampton admite que não tem prestado muita atenção ao nosso campeonato, tal é o grau de exigência da Premier League.
“Eu tenho muita sarna para me coçar com o campeonato inglês, com as equipas inglesas, estudar as equipas inglesas. Individualmente também, porque tudo conta nesta liga, tudo conta. Uma vez por outra tenho visto um ou outro jogo entre os ‘grandes’, mas (…) às vezes de fora vê-se melhor, e eu não vejo assim uma diferença muito grande do campeonato de agora para o campeonato do meu tempo”, começou por dizer.
O treinador português usa o exemplo da luta pelo título para demonstrar a pouca evolução que o campeonato português tem “sofrido”.
“As equipas da frente são as mesmas, quem luta pelos títulos, são os mesmos. Vai saltando um, às vezes, agora é o Sporting, antes o Benfica, antes o Porto, às vezes o Porto, às vezes o Benfica, mas andam sempre ali as três. O Braga sempre ali a morder, a tentar chegar ali na luta”, sublinhou.
Apesar disso, Vítor Pereira denota alguma melhoria em equipas de menor dimensão, que, na sua opinião, têm vindo a desenvolver projetos interessantes.
“Há ali equipas que se estão a organizar, até por investimentos exteriores por gente que compra as SAD e que investe dinheiro aí nessas equipas do meio da tabela, e eu sinto uma certa evolução em termos de estruturas, em termos de projetos”, realçou.
Para a melhoria destes projetos contribuiu também a própria evolução dos projetos de investimento nas Sociedades Anónimas Desportivas, que têm vindo a demonstrar maior preparação.
“Antigamente, chegavam e partiam e deixavam o clube na desgraça, estes [investidores] agora já vêm um bocadinho mais preparados, no sentido de dar continuidade às coisas. É assim que eu vejo o futebol português”, acrescentou.
Fora de Portugal desde 2013, Vítor Pereira afirma sentir-se bem na Premier League, e não pensa regressar ao seu país nos tempos mais próximos.
“Nós, quando estamos fora, temos saudades da nossa terra das nossas coisas, da nossa comida, da nossa família, de todos os amigos de tudo, dos pormenores, do mar, de tudo, portanto para viver não vou trocar Portugal por coisa nenhuma. Para trabalhar, estou, na minha opinião, na melhor liga do mundo, quero provar a mim próprio que mereço lá estar”, concluiu.
