Ângelo Girão aponta Mundial como momento alto e orgulho em ser um dos melhores

O guarda-redes Ângelo Girão apontou a conquista do Mundial de hóquei em patins pela seleção portuguesa como o momento mais alto da carreira, que o deixa orgulhoso por ser considerado um dos melhores do país.

“O melhor foi ter sido campeão do mundo por Portugal. Era um sonho de criança e o que mais queria era jogar por Portugal. Consegui vários anos, mas também acho que não ganhei os títulos suficientes”, expressou o hoquista, em entrevista à Lusa.

Ângelo Girão enumerou ainda o campeonato pela AD Valongo e as primeiras taças pelo Sporting como outros momentos altos da carreira, que o faz ser apontado por muitos como um dos melhores, ou o melhor, guarda-redes português de sempre.

“Não quero parecer falso humilde, mas sinto que fiz uma excelente carreira. Sinto que podia ter ganho muito mais do que ganhei, mas só essas comparações já me deixam bastante orgulhoso. Acho que é injusto dizer que sou o melhor de sempre, para tantos guarda-redes e grandes nomes ligados a esta modalidade. Fico muito orgulhoso só por dizerem que estou entre os melhores de sempre e deixa-me com um orgulho gigante no que fiz e no que consegui inspirar os outros a fazer”, frisou.

O guarda-redes, que termina a carreira no Sporting, aos 35 anos, garantiu que sai “de consciência tranquila”, embora admitindo um exagero da sua parte em alguns comportamentos ou polémicas onde se envolveu, e nos quais não sente orgulho.

“Por vezes, com algum – e quando digo algum é muito – exagero da minha parte em algumas atitudes menos boas que tive, mas entreguei tudo de mim, em todos os momentos e em todos os sítios por onde passei. Nenhum clube que representei, alguma comitiva de seleção, alguém que se cruzou comigo no balneário, me pode apontar falta de entrega ou de compromisso. Eu não podia fazer mais”, sublinhou.

Lembrando que nunca esteve disposto a sair do Sporting, por estar num clube de topo mundial e no “melhor campeonato do mundo”, Ângelo Girão considerou ter sentido “uma ligação muito próxima” ao clube por ter iniciado esse projeto numa fase ainda embrionária de recuperação, depois de algumas épocas de inatividade.

“Eu dei tudo de mim para levar o Sporting ao topo. Foi muito a pulso e com muitas ‘guerras’ à mistura, das quais não me orgulho e que, se calhar, não deviam ter sido responsabilidade do capitão assumi-las, mas senti isto como se fosse uma coisa minha, pessoal, e um objetivo de vida, em termos desportivos. Eu queria bastante devolver o Sporting ao sítio que está e sinto que consegui. O Sporting é atualmente um clube diferente do que quando cheguei, mais titulado”, assumiu Ângelo Girão.

A última partida na carreira coincidiu com a eliminação do Sporting na ‘negra’ das meias-finais do campeonato, face ao FC Porto, tendo ficado “um amargo de boca” por sentir que os ‘leões’ eram superiores e que podiam sagrar-se campeões nacionais.

“Se houve anos em que éramos inferiores e ganhámos ao FC Porto, que praticava um hóquei mais bonito e acutilante, este ano sentíamos que éramos superiores. Fomos melhores durante esta eliminatória e custa-nos, mas eu sou perfeitamente consciente de que o desporto é assim”, realçou o internacional luso por 122 vezes.

Sobre o futuro da modalidade, Girão apelou a uma renovação urgente nos cargos diretivos a nível internacional: “É urgente aportar gente nova, com ideias novas, e que o hóquei pense em dar a volta a algo que está implementado há muitos anos”.

Formado no FC Porto, Ângelo Girão representou também a AA Espinho e arrebatou três campeonatos, um pela AD Valongo (2013/14) e dois pelo Sporting (2017/18 e 2020/21), uma Taça de Portugal (2024/25) e uma Supertaça (2015), a nível interno.

O guarda-redes venceu um Mundial (2019) e um Europeu (2016) pela seleção lusa, para além de três Ligas dos Campeões (2018/19, 2020/21 e 2023/24), duas Taças Continentais (2019/20 e 2021/22) e uma Taça WSE (2014/15) pelos sportinguistas.

PARTILHAR EM:

Twitter
Telegram
WhatsApp

LEIA MAIS NOTÍCIAS