Euro sub-21: Rigor tático e eficácia dos Países Baixos testam Portugal

O rigor tático e a eficácia dos Países Baixos podem dificultar a tarefa de Portugal nos quartos de final do Europeu de sub-21, adverte o ex-futebolista Dani, realçando o contributo do selecionador nacional Rui Jorge na projeção de talentos.

“É preciso ter cuidado. Eles têm um nível bastante elevado na formação, que é similar ao nosso, e reúnem futebolistas com características acima da média, grande nível técnico e que fazem circular a bola de uma forma muito ativa e sempre com critério. Depois, seja a finalizar, no último passe ou ainda na construção do jogo, são extremamente rigorosos a trabalhar a eficácia nos momentos decisivos”, enquadrou à agência Lusa o antigo médio internacional português, que deixou marca nos neerlandeses do Ajax, entre 1996 e 2000.

Portugal, vencedor do Grupo C, mede forças com os Países Baixos, segundos colocados da ‘poule’ D e campeões em 2006 e 2007, no sábado, às 18:00 locais (17:00 em Lisboa), no Estádio pod Dubnom, em Zilina, em duelo dos quartos de final do Europeu de sub-21.

“As coisas mudam de figura em jogos a eliminar e tudo pode acontecer. O percurso [mais regular de Portugal na fase de grupos] poderá dar confiança e prevalecer nos momentos difíceis do duelo. Se as coisas estiverem a correr mal, há que acreditar no processo e no trabalho realizado durante tanto tempo para que seja mais fácil atingir o objetivo”, apelou.

Dani, de 48 anos, sente que o conjunto das ‘quinas’ vai melhorando com o desenrolar do torneio e tem uma série de atletas que “conquistaram o seu espaço e estão a dignificar a camisola nacional”, salientando o momento do avançado Geovany Quenda, autor de três golos e duas assistências nas vitórias na primeira fase com Polónia (5-0) e Geórgia (4-0).

“Sobre os Países Baixos, prefiro olhar para o coletivo, porque eles também o fazem. Não querem saber de nomes ou se alguém joga neste ou naquele clube, mas atentam no que cada individualidade lhes pode trazer. Tentar anular o coletivo deles tem de ser a grande preocupação e prioridade de Portugal”, apontou, ciente de que os neerlandeses têm alas rápidos, médios com chegada frequente às zonas de finalização e mobilidade no ataque.

Com nove internacionalizações ‘AA’, por entre seis tentos em 11 partidas pelos sub-21, o antigo médio coincidiu nas seleções nacionais com Rui Jorge, treinador das ‘esperanças’ lusas há 14 anos e meio e a disputar a quinta fase final, e terceira seguida, de Europeus.

“As equipas do Rui Jorge praticam sempre futebol atrativo e o reflexo do trabalho que os clubes têm feito vê-se muito neste contexto. Os jovens jogadores já têm uma capacidade notável para chegar a estes torneios e fazerem a diferença. Há vários a conseguirem-no, embora o coletivo seja sempre o mais relevante. O trabalho que o selecionador tem feito nestes últimos largos anos é extraordinário e, por isso, as expectativas são altas”, referiu.

Dani reconhece que o selecionador de sub-21 tem “experiência e capacidade fantásticas” para gerir a mentalidade coletiva e os anseios individuais de Portugal, numa reta final de época em que há mais propensão para lesões e desgaste físico e emocional acumulado.

“O Rui Jorge levou quem estava mais bem preparado para o torneio, independentemente do que os jogadores já fizeram ou poderão fazer, e olhou para aquilo que era necessário apresentar. Depois, tem gerido consoante os jogos, os oponentes e a forma de Portugal”, avaliou o campeão europeu de sub-18 em 1994, que contribuiu ainda para a medalha de bronze no Mundial de sub-20 de 1995 e o quarto lugar nos Jogos Olímpicos Atlanta1996.

A 25.ª edição do Europeu de sub-21 termina em 28 de junho, com o encontro decisivo no Estádio Tehelné pole, em Bratislava, sendo que Portugal já foi finalista vencido em 1994, 2015 e 2021 e está à procura de um inédito título na 10.ª participação, e terceira seguida.

“Os títulos são sempre bem-vindos e um objetivo, mas, nestas idades, há que pensar no futuro dos atletas e o Rui Jorge fá-lo. Mais do estar preocupado com o próprio futuro, dá prioridade ao que eles podem ser, tendo em vista a possibilidade de atingirem a seleção ‘AA’. Portugal já chegou a duas finais com o Rui e, independentemente do resultado, ele conseguiu fazer com que muitos passassem para patamares mais elevados, mantendo o nível exibicional e as características humanas que os ajudam a vencer no futebol”, notou.

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